terça-feira, 10 de março de 2009

Deus está acima da ciência (e da cegueria) de Dawkins

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Encontrei este excelente artigo que vale a pena ler.
Aqui se mostra como o fundamentalismo ateu é escuro, acéfalo e uma montagens de ignorantes.



De vez em quando recebo algum correio de gente que se declara ateia, com orgulho. Ultimamente, um deles, talvez para enfatizar a importância que dá a essa declaração, escrevia-a, debaixo de sua assinatura, assim, ATEU, com letra maiúscula.

Bom, eu leio-o e sinto pena. Não creio que nenhum invisual deve ter orgulho da sua cegueira. E o ateísmo é uma cegueira, é um padecimento grave. É precisamente não poder ver ou querer ver – há ateísmos muito diferentes - aquilo mais interessa conhecer.
Aquilo, a cuja luz tudo se explica, adquire o seu verdadeiro relevo e importância, recolhe o seu significado último e atinge a sua maior beleza.
Existem cegos singulares que gozam de toda a minha simpatia e admiração. Por exemplo, o quase cego Jorge Luis Borges, o grande cantor Andrea Bocelli, o genial compositor Joaquin Rodrigo e o quase inacreditável caso da sordomuda e cega Helen Keller.
A falta de visão é um desafio vital que aumenta (instiga) os outros sentidos e pode ajudar a descobertas no conhecimento da vida e das pessoas, aspectos que escapam à atenção daques em que os olhos prevalecem sobre de outras janelas que abrem a alma para o mundo.

Também entre os ateus há cegos únicos que arvoram o seu ateísmo como uma bandeira de triunfante, da qual se mostram orgulhosos porque se destacaram no cultivo de algum ramo das ciências empíricas e atribuem à sua ciência a razão e aprova para o seu ateísmo. Esse tipo de ignorantes-sábios é bem descrito por Ortega y Gasset, em seu famoso livro " La rebelión de las masas " (A revolta das massas).

São sábios, porque sabem muito de um ponto de vista concreto do vasto mundo da ciência, mas que se metem a opinar, com uma abismal ignorância, sobre muitas outras coisas das quais não são especialistas.

Entre esses cientistas que exibem um ateísmo fortemente agressivo, destaca-se o biólogo evolucionista Richard Dawkins, que argumenta desta maneira: "A fé é uma grande fuga, um grande pretexto para fugir à necessidade de se pensar e avaliar a evidência. A fé é acreditar apesar da falta de evidência, ou talvez por causa da falta dela ... A fé é uma crença que não é baseada em evidência, é o principal vício de qualquer religião ".

E ainda disse que "a fé é um dos grandes males do mundo, comparável ao vírus da varíola, mas mais difícil de erradicar".


Mas, outro cientista mais notável, Francis S. Collins, director bem sucedido do programa mundial sobre o genoma humano, no seu livro "COMO DEUS FALA? A evidencia científica da fé" ("¿CÓMO HABLA DIOS? La evidencia científica de la fe",), responde-lhe assim:
"O erro maior e inevitável da afirmação de Dawkins de que a ciência exige ateísmo, é que vai além da evidência. Se Deus está fora da natureza, então a ciência não pode provar ou negar (refutar) a sua existência.
O próprio ateísmo dever ser considerado então como uma forma de fé cega, já que adopta um sistema de crenças que não pode defender na base da razão pura.

Talvez o mais colorido compêndio desta opinião venha de uma fonte insuspeita: Stephen Jay Gould, que além de Dawkins, é, provavelmente, o mais lido defensor público do evolucionismo, da última geração. Numa crítica literária que de outro modo passaria despercebida, Gould reprovou a perspectiva de Dawkins da seguinte forma:Para dizer a todos os meus colegas e pela enésima vez: a ciência, pelos seus legítimos métodos, não pode simplesmente julgar a questão da possível orientação(superintendência) de Deus na natureza. Nem a afirmamos nem a negamos, honestamente, enquanto cientistas não a podemos comentar ".



Collins passou de ser um agnóstico na sua juventude, a um ateísmo mais firme, para depois acabar por ser evangélico cristão.
O seu livro sobre como Deus fala, através da ciência, não é necessário para quem já tem fé em Jesus Cristo, mas é útil para quem permanece no campo nebuloso de dúvida ou do agnosticismo, refuta muitas as razões equívocas (erróneas) sobre as quais alguns cientistas fundamentam o seu ateísmo, e deixa nu a falsa pretensão de que ciência empírica é competente para provar ou negar a existência de Deus.

Collins viu muito bem, muito antes de encontrar a fé cristã, que, "se Deus existe, deve estar fora do mundo natural e, portanto, as ferramentas da ciência não são adequadas para conhecê-lo."

Sob outra perspectiva, afirmou que viver um ateísmo radical, profundo, até às últimas consequências dessa postura, é praticamente impossível e que, mais cedo ou mais tarde, leva a uma escolha: a conversão ou suicídio.

[Luis Fernandez Cuervo*
Domingo, 11 de janeiro de 2009
*Dr. en Medicina y columnista de El Diario de Hoy - El Salvador]


(Tradução minha - original aqui: http://www.elsalvador.com/mwedh/nota/nota_opinion.asp?idCat=6342&idArt=3209307