segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tem fundamento a aversão da Igreja ao comunismo?


A Igreja católica (e as religiões em geral) tinha toda a razão para combater o flagelo do comunismo ateu.
Nenhuma outra ideologia totalitária e opressora foi tão hostil para as religiões. Combater o comunismo era uma questão de sobrevivência da igreja e dos crentes.
O historiador Thomas Woods*  explica que, na Rússia "tornaram um crime envolver-se em educação religiosa para qualquer menor de dezoito anos. [...] Estabeleceram, fomentaram e encorajaram propagandas ateístas. Em alguns casos, Igrejas foram substituídas por banheiros públicos, como forma de se mostrar o maior desdém possível pela fé cristã das pessoas". Ele argumenta que no começo de 1920, o governo começa uma campanha que visa tomar das Igrejas tudo que fosse de valor, como metais preciosos. Alegou-se que era preciso derreter esses objectos para que se conseguisse dinheiro para combater a fome que o país sofria.

Bento XV, que foi Papa de 1914 a 1922, chegou a fazer uma oferta ao governo russo: ele disse que o Vaticano daria uma quantidade de dinheiro equivalente àqueles objectos, desde que eles fossem deixados em paz.
Ele nunca obteve uma resposta"
Igrejas foram vandalizadas e padres foram condenados e executados por simplesmente realizarem funções sacerdotais quotidianas. Um padre foi condenado pelo crime de "cair ostensivamente sobre seus joelhos". O historiador Richard Pipes diz que a Rússia "foi o primeiro país da Terra a ilegalizar a lei". A condição para que alguém pudesse ser um juiz era que essa pessoa fosse simplesmente alfabetizada. "Os primeiros julgamentos públicos ocorreram sob o governo de Lenin, quando padres foram postos sob julgamento por terem defendido suas propriedades ou por terem realizado as mais simples e benignas funções sacerdotais.

Quarenta e quatro museus antirreligiosos foram abertos na União Soviética. O maior deles era o Museu da História da Religião e Ateísmo (The Museum of the History of Religion and Atheism) na Catedral Kazan, em Leningrado.

Entre 1927 a 1940, sob Stalin, o número de Igrejas Ortodoxas caiu de 29,584 para menos de 500. Entre 1917 e 1935, 130,000 padres ortodoxos foram presos. Desses, 95,000 foram executados. A destruição da Catedral de Cristo, o Salvador foi filmada a pedido do governo, por Vladislav Mikosha.

A Igreja Católica ucraniana tinha 2.772 paróquias, 8 Bispos, 4.119 igrejas e capelas, 142 mosteiros e conventos, 2.628 sacerdotes, 164 monges, 773 freiras e 4 milhões de fiéis leigos. Ao fim da mais ampla supressão de fiéis religiosos da história mundial, o conjunto inteiro tinha sido reduzido à zero.

Nota: No cartaz pode ler-se: "Religião é veneno: proteja suas crianças". O letreiro do lado direito (letras brancas sobre fundo vermelho) diz: “Escola”.

* - (Thomas E. Woods, The Anti-Catholic Atrocities that History Forgot, em The Catholic Church: Builder of Civilization)